A 17 de Julho de 2005 era inaugurado
o Teatro Municipal de Almada, com a presença do Sr. Presidente da Républica.
Dr. Jorge Sampaio.
Na altura, era o maior investimento de sempre da
Câmara Municipal de Almada, 12 500 000 euros.
Apoios do Governo - 10 % do investimento global
- 1 500 000 euros do Ministério das Obras Públicas,
pagos a breve prazo.
- 1 000 000 euros do Ministério da Cultura, de Manuel
Maria Carrilho, verba disponibilizada pela Tabaqueira. Não foi paga. Só foi
paga mais tarde, na sequência de ação judicial interposta pela Câmara.
Esta obra vem dar resposta ao trabalho sistemático de
criação e produção teatral desenvolvido pela Companhia de Teatro de Almada,
dirigida por Joaquim Benite.
A ação da Companhia foi fundamental para a criação da necessidade
de um equipamento assim. A ação da Companhia, a visão e o trabalho de Joaquim
Benite e de um conjunto de especialistas de teatro chamados a colaborar no
programa, foi fundamental para o teatro que hoje temos, da autoria dos
arquitetos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira.
A ação empreendedora da Presidente Maria Emília de
Sousa, com a robustez financeira que soube erguer na Câmara Municipal que
viabilizou um investimento de tão elevada dimensão, pela visão e prioridade que
foi capaz de impor a este empreendimento no quadro da governação municipal,
pelo impulso que lhe deu, foi verdadeiramente determinante para a entrega à
cultura portuguesa de um teatro assim - o palco do Teatro Muncipal de Almada
foi e ainda é um dos que tem melhores condições de entre todos os teatros
portugueses.
Foi exaltante a experiência pessoal de acompanhamento,
desde a primeira hora, do processo de edificação desta jóia da infra
estruturação cultural do concelho - as discussões para "encaixe
orçamental" no orçamento municipal de uma obra com esta tão levada
exigência financeira, os debates com Maria Emília de Sousa e Joaquim Benite ao
longo de todo o processo, os diálogos com o Arquiteto Manuel Graça Dias, as
reuniões no gabinete do Ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho, ....
Pouco depois, Maria Emília de Sousa tomou a iniciativa
de propor à Câmara Municipal a atribuição do nome de Joaquim Benite para o
Teatro Municipal, o que veio a merecer o apoio unânime de todo o executivo.
Quando um governo municipal coloca a cultura no centro
das políticas governativas locais, quando um coletivo artístico faz um caminho
como o que fez a CTA de criação artística e consequente criação de públicos,
quando há um diálogo permanente entre responsáveis da governação e os criadores
- e quando estes se ouvem, se respeitam e se levam em conta - chegamos a
resultados assim.
Bem hajam, Maria Emília e Joaquim Benite e suas
equipas.
Desde a primeira hora a Câmara Muncipal comprometeu-se com o apoio financeiro
ao Teatro Muncipal e à Companhia, em três dimensões, que sempre manteve:
- apoio ao funcionamento do Teatro, instalações, sua manutenção e pessoal
mínimo.
- apoio à criação e produção artística da Companhia.
- apoio à realização do festival Internacional de Teatro,
- apoio á programação/acolhimento.
As deliberações em relação a este conjunto de apoios eram tomadas na Câmara, por regra, por unanimidade, com EXCEÇÃO do apoio ao funcionamento do Teatro, em que, durante largos anos após a sua inauguração, o PS defendia que a Companhia de Teatro de Almada, NÃO devia ser a gestora do Teatro.
A gestão do teatro devia ser objeto de um concurso público virado ao exterior, defendeu o PS, durante os mandatos em que o cabeça de lista foram, Alberto Antunes (2005/2009) e Paulo Pedroso (2009/2013).
Foram recorrentes e sistemáticos os ataques dos vereadores do PS contra a gestão do Teatro pela Companhia. Nos executivos em que o cabeça de lista do PS foi Paulo Pedroso, este combatia ativa e vivamente contra a gestão almadense do nosso teatro. Travámos com ele acesos combates - ainda assim combates leais e com ética.
No mandato em que o cabeça de lista do PS foi Joaquim Barbosa (2013/2017), a oposição à gestão do edifício do Teatro pela Companhia diminuiu de tom e o sentido de voto foi invertido.
A atual Presidente e a vereação PS a partir de 2017, tem concordado e votado a favor da concessão de apoio municipal para a gestão do Teatro. Todas as propostas de apoio à CTA, têm, assim, sido aprovadas por franca unanimidade.
Atualmente, a apoio à CTA é objeto de uma deliberação camarária, que engloba o conjunto das verbas para as finalidades acima enunciadas.
A atual administração Presidência e vereação municipal executiva tem defendido, por outro lado, que o Teatro Estúdio António Assunção (antigo Teatro Municipal de Almada), deve ter uma gestão concessionada e objeto de concurso público lançado para o efeito, não devendo nenhuma Companhia local ter qualquer tipo de prioridade.
(Texto editado e ajustado em 20/07/22.)