segunda-feira, 27 de junho de 2022

Parque do Fróis, Monte da Caparica. Um exemplo de construção de um concelho policêntrico


A 27 de Junho de 2015 – faz hoje 7 anos - eram inauguradas as novas instalações para o Clube Recreativo União Raposense, no Monte da Caparica, construídas pela Câmara Municipal de Almada e entregues, chave na mão, aos associados. Estas instalações vieram substituir as velhas instalações abatidas pela autarquia, a fim de viabilizar a construção do novo Centro Cívico, onde se incluiu a nova Biblioteca Municipal Maria Lamas e a nova Piscina Municipal da Caparica.

O novo Centro Cívico, no Parque do Fróis, inscreveu-se numa política de desenvolvimento do concelho que apostava na criação de novos centros cívicos, nas várias freguesias, a partir da edificação de novos serviços públicos de qualidade, com reforçada atratividade e qualidade urbana.

Este centro cívico integrou as escolas básicas adjacentes e incorporou um conjunto de obras de arte, erigidas a partir de processos de participação cívica e popular com o envolvimento e direção pedagógica do escultor Sérgio Vicente e do serviço educativo da Casa da Cerca, então dirigida por Ana Isabel Ribeiro, onde pontifica o Mário Rainha Campos.

Estão neste caso, as obras de arte implantadas no Parque Multiusos – O Monumento à Multiculturalidade – um caso estudo de arte pública com envolvimento comunitário, e o Planisfério da Interculturalidade, um projeto educativo de coesão social em ambiente escolar, projeto que nasceu para lhe dar continuidade, e criou uma notável obra de arte, de grande dimensão, onde participaram centenas de alunos da escolas da zona, cada um dos quais concebeu um azulejo, dos milhares que ali se podem observar.

Ali foi também construído um campo exterior polivalente, dotado de bancadas, para desporto informal e eventos culturais.

Na continuidade da realização destes investimentos, foi concebido e realizado o Entrança – Festival Intercultural, com envolvimento das várias comunidades, entretanto interrompido pela atual administração municipal.

Este empreendimento e projeto de intervenção integrada foi lançado pela Câmara Municipal, sob a presidência de Maria Emília de Sousa, que conseguiu estabelecer o necessário diálogo com o IHRU (Instituto Público da Habitação) para possibilitar uma intervenção articulada, já que esta era uma área do território excluída, por decisão governamental, do PDM de Almada, e portanto da responsabilidade exclusiva do IGAPHE / IHRU. O projeto foi depois continuado pelo executivo presidido por Joaquim Judas.

Depois de 2017, a Câmara Municipal interrompeu os processos de qualificação urbana que estavam em curso. 

A partir de então, os processos de desenvolvimento de arte pública foram também interrompidos.

As freguesias esperam por novos projetos integrados de intervenção urbana.

Por novos parques urbanos. Pelas Bibliotecas em falta. Pelos auditórios em falta. Pelos pavilhões em falta.

É preciso continuar a construir futuro.