A Câmara Municipal de Almada aprovou, a 1 de Marco de 2021 a abertura da 3ª fase do programa “Medida Complementar de Apoio às Associações e Coletividades”, que se destina a apoiar Associações e coletividades, neste período pandémico, e que decorre de 15 de março a 15 de abril de 2021, e que conta com um orçamento disponível de 100 000,00 euros.
Na 1ª fase, foram aprovados 23 apoios, perfazendo um valor global, para todo o movimento associativo almadense de 26 000 euros, sendo que existia uma disponibilidade orçamental de 200 000 euros.
Nas duas primeiras fases deste programa foram apoiadas 53 candidaturas, correspondendo a 39 entidades, tendo sido atribuído apoios no valor total de 61 872,21 euros, sendo que a verba inscrita em orçamento era de 300 000 euros (200 000 euros da 1ª fase e 100 000 euros da 2ªa fase).
As verbas, por coletividade, situaram-se nos 900 euros por apoio, podendo ir até 1 400 euros. Insignificante, para a dimensão das necessidades.
Poucos apoios, pouco orçamento utilizado, verbas a sobrar.
Que razões justificarão um tão baixo nível de apoio financeiro às associações do concelho?
E que razões levarão a que a maioria das
coletividades, tão necessitadas, não apresentem as suas candidaturas a este
programa?
Vários fatores justificarão as poucas candidaturas e
os poucos apoios concedidos.
Adianto uma “leitura”: o normativo que regula a concessão destes subsídios não poderia estar mais longe das necessidades. Afirmo-o veementemente. Dizem-no todos os dirigentes com quem tenho falado.
Assim, os clubes, pese embora serem anunciadas grandes disponibilidades financeiras da Câmara para este apoio, vêm-se sem apoios significativos para as grandes e reais dificuldades com que se confrontam, designadamente:
Pagamento a equipas técnicas, compromissos financeiros
mensais com aquisição de equipamentos, pagamento a professores, inscrições das
equipas, inspeções médicas, seguros, transporte de equipas, ajuizamentos das
competições.
Poderemos estar na iminência de assistir a uma queda
brutal do número de praticantes desportivos e do número de utentes das diversas
atividades culturais e de formação artística, em resultado da diminuição das
condições financeiras das famílias, que as desabilitam de poder assumir o valor
das mensalidades, com graves consequências no plano da saúde individual,
rendimento nos estudos, equilíbrio financeiro dos clubes e associações.
Havendo conhecimento desta situação a nível das equipas técnicas da Câmara Municipal, tendo os dirigentes dos clubes e coletividades, ideias interessantes para o “desenho” de um modelo de apoio público municipal ajustado ao atual momento,
Que falta fazer, então, para que isto funcione e se possam utilizar os dinheiros disponíveis para fazer face à grave crise que, como todos os setores da comunidade, os clubes e coletividades vivem hoje?
Mas o que falta fazer requer o que não tem existido até aqui: uma maior sensibilidade dos atuais responsáveis municipais em relação à situação difícil dos clubes e coletividades do concelho.
O que falta fazer requer uma vontade efetiva de apoiar as associações. E essa vontade não tem existido no atual executivo municipal.
Pois, mas porque não apresentou nenhuma proposta de alteração ao apoio especifico. Pode faze-lo já que sabe tanto sr Vereador.
ResponderEliminarTodas as associações precisam de dinheiro e nesta situação pandémica podiam fazer uma distribuição coletiva, selecionavam as Associações por categorias e o valor a atribuir seria de acordo com a categoria da Associação. Um abraço
ResponderEliminarExige-se agora o que não se fez no passado. Chama-se a isso falta de seriedade intelectual.
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